MÚSICA | O NOVO SINGLE DE BILLIE EILISH

Eu não vejo honestamente nenhuma qualidade sonora e musical em Billie Eilish, e é justamente por isso que devemos tê-la sempre como tópico para observar as diferentes percepções de sua obra, mesmo que contrárias ou favoráveis, a respeito dessa que é uma das principais figuras do cenário musical atual. Portanto é impossível ignorá-la, e se você é de fato um apreciador musical, atente-se aos fenômenos para compreender uma era, ou torne-se um isolado náufrago em sua ilha musical – e assim limitado, por favor cale-se.

Billie lançou um novo single, a canção “Therefore I Am”.

A música é boa? Não. Mas calma, pois eu vou explicar. Billie Eilish é na minha concepção apenas uma variação americana de um produto genuinamente original e talentoso, a cantora neozelandesa Lorde. Em resumo, é comum os Estados Unidos recriarem produtos de sucesso globais porque sabem que a americanização deles irá garantir a melhor aceitação do seu mercado, e o seu mercado é um dos maiores do mundo, além de obviamente pagar na principal moeda global, o dólar. Mas qual a explicação? Os executivos americanos sabem que o seu público é muito preconceituso com qualquer coisa que não seja Made in America, e estupido também, pois basta recriar a fórmula estrangeira sob a sombra da bandeira americana, para os mesmos ignorantes devorarem o que quer que seja promovido. E assim você irá para sempre rever muitas obras recriadas para o mercado americano, seja filmes, músicas, culinária, enfim…

Em um longínquo 2013 o mundo observava uma cantora surgir, e muito jovem ela impressionava com o incrível talento para a composição de músicas que refletiam angústias adolescentes sem exageros dramáticos ou simplismos juvenis. Sua voz hipnotizava pela beleza, amplitude e potência. Ao vivo ela se revelava uma força sob o palco, com pleno domínio e originalidade, expressando-se sem preocupar-se com a sincronia, focando-se apenas na emoção. Essa artista se chama Lorde.

Billie Eilish é a versão americana da Lorde. Mas muito longe do seu talento. Escute “Ribs” de Lorde e observa que uma só canção resume toda a carreira da sua versão americana, que não canta, apenas sussura. Igualmente não dança em sincronia, mas absorve os gestuais do hip hop para sua aceitação, e apesar de lamentar-se de sua angustiante vida adolescente, celebra um contrato milionário a cada semana com marcas de luxo, quais ostenta em uma convulsão consumista digna da América.

Quando de alguma forma Billie procurou ser relevante, seja através do desenvolvemento de uma exposição de arte ou design para itens de consumo, o resultado é sempre o mesmo, infantil, vazio e efêmero.

Entre o original e a versão americana, eu recomendo celebrar o talento, mas como os americanos muito bem sabem, o mercado está aberto para quem quiser consumir, e ainda em 2020 a figura de Billie Eilish é um dos principais nomes do mercado da música.

AVALIAÇÃO:

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