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O que garantimos – ouvir absolutamente tudo o que nos for enviado com respeito e livre (não influenciável) avaliação crítica. Em resumo, este definitivamente não é um site onde você irá conseguir publicidade positiva paga, portanto esteja ciente que talvez a análise crítica te surpreenda não tão positivamente – mas garantimos o total respeito com o artista e a busca por uma clara e objetiva crítica. Eu costumo brincar que – se você como artista não está preparado para a crítica, você definitivamente não está no caminho certo. E se por acaso você deseja apenas adulação, por favor, busque uma terapia.
Mas o que limitamos no MESSCLA? Se você possui um projeto com uma mensagem ofensiva ou entendível como ofensiva (mas esse é apenas o nosso senso de humor, certo?), esqueça qualquer chance de publicação aqui. Não promovemos e não nos interessamos por esse tipo de mensagem.
Voltando ao foco, temos o prazer de mergulhar em novo recebido sonoro para se aventurar.
Semanas atrás eu tive o prazer de receber o release do projeto Somaclub_ (sim, a grafia está correta aos curiosos, utiliza-se realmente de underline em seu nome), e entre o modernismo da agregação de símbolos ao nome – em português “underline” possui a tradução adequada de “subtraço” – e a descrição de suas principais referencias sonoras; eu fui surpreendido ao mergulhar enfim em seu produto final.
Descomplicando. Imagine uma sonoridade com letras em português que conecta Garage Fuzz, Juice Wrld, Lil Peep e Sunny Day Real Estate. Basicamente estamos falando de uma conexão entre o emo, o trap, o hip-hop e o hardcore melódico – uma combinação não extraordinariamente nova, uma vez que o mercado americano tem muito explorado essa receita sonora recentemente, considerando também o acréscimo de elementos de punk pop (ou a participação especial de Travis Barker resumidamente), mas em um contraponto justo, não possui muitos exploradores determinados a explorar e disseminar essa mesma proposta em português. Pois justamente temos um novo nome/símbolo nesse momento, o projeto Somaclub_.
Um devaneio completo e uma breve impressão em relação as informações disponíveis até aqui – a tradução de “underline” me parece ser um ótimo nome para uma banda com obra em português, não? É real. Eu fiquei hipnotizado pela sua tradução em português, “subtraço” é um ótimo nome, e quero os devidos créditos caso alguém se utilize dessa ideia. Quanto a utilização do símbolo integrado ao nome, eu imagino que o futuro irá cada vez mais aceitar essa estruturação – pessoalmente eu acho que a utilização de símbolos pode vir a complicar a vida dos ouvintes quanto ao trabalho de busca pelo artista, por exemplo, mas ser contra o futurismo do momento (no passado muitas outras bandas já se utilizaram de símbolos em seu nome, mas em curtos períodos de modismo), é algo que definitivamente eu não desejo me contrapor.
E se você ainda não mergulhou (ou entendeu) essa tendencia, deveria procurar tentar pronunciar o nome do filho da cantora Grimes e o empresário Elon Musk. E refletir um pouco sobre limites também…
Foco.
O Somaclub_ é um projeto do músico e produtor paulista Diego Frentel, ele compreende até o momento o álbum O Tempo Destrói Tudo, um compilando de nove canções lançadas em 2020 e mais recentemente o single “Despedida” – no qual mergulhamos – lançado em 2021.
“Despedida” é exatamente o produto que se espera ao observar a configuração de referências musicais presentes no descritivo do projeto. É claro o trejeito emo de pronunciação sussurrada da sua letra dramaticamente elaborada, letra por sinal que não desliza ao básico ou sustenta-se em metáforas confusas para simplesmente existir, ela é clara e objetiva e não se envergonha. A progressão rítmica da música se mantém agradável, e alguns elementos aplicados estão intencionalmente datados (a utilização do chimbal eletrônico por exemplo é um timbre clássico, ele está extremamente presente em composições de grupos como o LCD Soundsystem e Hot Chip, e por fim acaba por despertar a mesma quantidade de amor e ódio por parte dos ouvintes). Destaca-se muito positivamente a harmonia de cordas aplicadas – sem dúvida alguma um dos pontos mais fortes de toda composição.
O abuso do grave não é criminoso em “Despedida”, mesmo o Somaclub_ tendo o trap como referência. Quando a canção acaba por ganhar uma adição extra de energia em sua parte final, ela promete agradar muito mais emos eletrônicos do que trappers ou fãs de hip-hop.
É curioso observar semelhanças de propostas entre diferentes grupos e projetos. Muito recentemente celebramos o trabalho inaugural da banda Bad Luv e destacamos que, a utilização de elementos eletrônicos e o peso orquestrado de seu percentual rock, era a marca de sua identidade moderna, o que muito similarmente ocorre com o Somaclub_, desde que se compreenda que a produção de cada projeto buscou um caminho diferente, e isso não necessariamente faz o desmerecimento de qualquer um, pelo contrário, é possível imaginar os dois grupos atendendo um mesmo público ou festival por exemplo.
A minha curiosidade quanto ao Somaclub_ está mais relacionada a utilização extrema de suas referências musicais. Eu imagino uma variação de “Despedida” abrangendo muito o mais grave do trap por exemplo e contrapontos de efeitos mais modernos em relação aos seus elementos clássicos ou datados, atenuando a atenção que eles sequestram durante toda a canção. A harmonia de cordas poderia ousar em uma explosão mais agressiva – mesmo compreendendo que essa não é a proposta da canção – para enfim encontrar uma variação vocal mais gritante e referencial ao emo hardcore que compõe suas raízes.
Por fim temos um novo nome na cena, um novo explorador de uma sonoridade moderna e ainda carente de representantes nacionais de peso – e por isso diante de uma incrível oportunidade de crescimento. Resta saber qual formula irá atender os anseios de um público exigente e extremamente crítico, portanto o desafio é alto.
Lembrando que “Despedida” já encontra-se obviamente adicionada em nossa incrível playlist no Spotify, portanto mantenha-se atualizado e torne-se um de nossos incríveis seguidores.
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