RIP | LEONARD COHEN (1934 – 2016)

Perdemos Leonard Cohen. 2016 não está fácil. Vale uma breve e curiosa história sobre o poeta canadense.

Em 1960 na ilha grega de Hidra, no Mar Egeu, Leonard Cohen conheceu Marianne Ihlen, uma norueguesa casada na época com o escritor Axel Jensen. Por alguma razão que apenas o verão de 1960 é capaz de entender, Axel Jensen acabou se envolvendo com a namorada de Cohen na época, enquanto sua esposa Marianne era atraída para o universo particular do poeta canadense.

Por fim Cohen e Marianne estiveram juntos por sete anos, fase na qual suas principais obras literárias foram publicadas, o sofisticado romance “A Brincadeira Favorita” e o livro de poemas “Flores para Hitler”. Marianne tornou-se a para sempre declarada musa de Cohen, inspirando também diversas composições de sua trajetória musical, entre as quais a clássica “So Long, Marianne”, presente em seu álbum de estréia.

Outro clássico absoluto, a canção “Bird on the Wire” – uma das minhas favoritas – é descrita pela crítica como uma versão boêmia de “My Way”, eternizada por Frank Sinatra, apresenta a influência
de Marianne como inspiração nos tristes e sinceros versos:

Se eu, se eu tenho sido indelicado,
Espero que você possa apenas deixar para lá
Se eu, se eu tenho sido infiel,
Espero que saiba que nunca foi a você.

Em julho deste ano Cohen fora notificado pelo cineasta Jan Christian Mollestad que sua musa Marianne Ihlen estava internada, muito debilitada por uma leucemia terminal. Imediatamente, Cohen enviou uma carta a qual a poucas semanas após a morte de Marianne fora divulgada e ganhou notoriedade global. As breves palavras de Cohen para Marianne são puro sentimento escrito:

“Bem, Marianne, chegamos a esta época em que somos tão velhos que nossos corpos caem aos pedaços; acho que a seguirei muito em breve. Saiba que estou tão perto de você que, se estender sua mão, acredito que poderá tocar a minha. Você bem sabe que sempre a amei por sua beleza e sua sabedoria, mas não preciso me estender sobre isso, já que você sabe tudo. Só quero lhe desejar uma boa viagem. Adeus, velha amiga. Com todo amor, a verei pelo caminho.”

Marianne Ihlen morreu em 28 de julho de 2016, e o bardo canadense não foi infiel à musa: menos de quatro meses depois da partida dela, ele também nos deixou, para agora reencontrá-la novamente pelo caminho.

Se Cohen ainda é por acaso um nome a ser descoberto, recomendo que inicie a sua próxima incrível descoberta pelo álbum Songs From a Room, lançando em 1969.

Este texto é uma livre adaptação de um artigo escrito em parte pelo jornalista Lucio Ribeiro e Eduardo Palandi.

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