MÚSICA | THE SMALLEST CREATURE – UMA NOVIDADE NOVA-IORQUINA

Entre dezenas de e-mails ignorados brilha aos meus olhos uma mensagem da agencia de relações públicas Independent Music Promotions, um pequeno grupo de entusiastas sonoros sediado em Vancouver, uma das cidades – ou talvez a única – que definitivamente sequestraram o meu coração.Depois de uma breve nostalgia canadense me atento ao comunicado, uma promoção breve do debut de um novo power trio americado, o curioso The smallest Creature. Note que propositalmente o “S” em “smallest” é grafado em letra minúscula, algo provavelmente muito engraçado entre 1991 ou 1993.

E assim, decidido pelo acaso e por um imenso amor a cidade de Vancouver, retomo as atividades do MESSCLA apresentando uma nova experimentação sonora, mergulhando na simpática proposta da IMP (Independent Music Promotions), muito provavelmente inédito em português.

A princípio me deparo com o logo do The smallest Creature, um power trio formado em Nova Iorque, e me questiono se trata-se de alguma ilustração de um livro infantil, digerindo a contragosto e acidez a primeira impressão visual do grupo. Eu imagino que o tempo irá consolidar ou apagar essa impressão dos ouvintes através da música, como aconteceu com muitas outras bandas ainda adoradas ou agora completamente extintas, artistas talentosos musicalmente e equivocadamente orgulhosos de seus horríveis trabalhos visuais, como o Pearl Jam por exemplo.

Um aviso importante: Eu espero que você mergulhe neste texto com disposição ao humor e o sarcasmo, ou não.

Em uma breve apresentação, desconfio que os componentes do trio baseado no Brooklyn nova-iorquino podem vir a pertencer a uma mesma comunidade grega judaíca – se é que isso é possível – mediante a minha insistente compulsão de inventar histórias frente a impressão resultante de diferentes sobrenomes incomuns, afinal, o trio é formado por Stefanos Marnerides (vocal e guitarra), Iacovos Stylianides (bateria) e Stephanos Nicolaou (baixo). Se esses sobrenomes não lhe permitem margem para a suposição de histórias por favor me ignorem.

Ainda preso a apresentação do grupo, me atento ao fato de que não se trata de mais um projeto adolescente. Apesar da falta de informação relativa a idade dos componentes, as fotos promocionais destacam claramente o investimento dos sonhos de três adultos confiantes, portanto a minha crítica irá automaticamente evitar condená-los ou perdoá-los pela falta de uma consciência artística consistente, afinal os garotos possuem claramente (ou deveriam possuir) muita história e base musical absolvida, caso contrário trata-se apenas de um grupo de crianças que se vestem como seus pais – com muita exposição ao sol.

Por fim vamos ao que interessa?  Afinal, o single inaugural “Reboot” do trio The smallest Creature é realmente bom?

Me agrada observar que o material de promoção do grupo o destaca como um projeto do gênero “rock alternativo”, um título muito valorizado na década de noventa mas infelizmente abandonado gradualmente com a popularidade do termo “indie” nos últimos quinze anos, o que no meu entendimento acaba por ser a mesma coisa no fim.

“Reboot” é exatamente isso, um mergulho – ou resgate – em diferentes influências dos anos 90, uma proposta que tende conquistar via nostalgia o amor por bandas hoje ignoradas por menores de vinte anos, mas secretamente adoradas por uma geração que ainda se recorda do último álbum físico comprado em uma loja de discos.

No seu momento inicial o plano acústico elaborado sobre uma voz agradavelmente projetada resgata alguns bons momentos de uma das minhas maiores paixões, o trio inglês Doves, para então se colidir em uma explosão controlada de distorção noventista digna dos primeiros álbuns do Placebo, considerando a harmonia e voz.

“Reboot” surpreende, agrada os amantes noventistas e projeta o trio positivamente frente ao que podemos esperar como novos lançamentos, boa sorte a todos os envolvidos no projeto.

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