Quem já teve a oportunidade de assistir aos clássicos: “Mad Max”, “Máquina Mortífera”, “Coração Valente” e “O Troco”, tende a acreditar que Mel Gibson é um cara legal. Ou assim imaginava-se ser. Claro que o público tende a ignorar o seu legado cinematográfico por não perdoar o seu maior pecado, quando ao ser preso em 2006 por dirigir alcoolizado, Gibson se indispôs com a comunidade judaica ao desferir ofensas contra os judeus. Um erro que quase lhe custou (ou custou) a sua carreira em Hollywood.
Desde o ocorrido, Gibson não conquistou qualquer papel significante no cinema. As ofertas desapareceram, os grandes estúdios lhe sentenciaram ao total esquecimento, e a imagem do galã sarcástico de Hollywood, astro de filmes de ação, retrata apenas um passado glorioso, sem qualquer expectativa em relação ao futuro. Mas talvez o velho Gibson esteja voltando.
Com o recém lançado “Get The Gringo” (Plano de Fuga – em português), Gibson espera recuperar o seu lugar ao sol em Hollywood. Não que um único filme seja capaz de restabelecer sua posição antiga, pois muito ainda é preciso ser feito para isso, mas a fórmula empregada em “Get The Gringo” reúne todos os elementos pelo qual entendemos que Mel Gibson é um cara legal.
Em seu novo filme Gibson é um assaltante que em fuga cruza a fronteira americana com o México, iniciando uma série de conflitos entre bandidos de ambos os lados e alguns policiais corruptos. Os cenários desoladores e apocalípticos de “Mad Max” estão presentes na forma de uma prisão Mexicana, um universo paralelo peculiar controlado por traficantes e assassinos. A saudosa ação presente em “Máquina Mortífera” é constante do início ao fim, com direito a perseguições policiais, tiroteios coreografados, sessões de tortura e explosões dignas do que os fãs esperam de um filme de ação. Um belo recomeço para Gibson.
A luta pela defesa de ideais e inocentes, presentes no clássico “Coração Valente”, transforma-se na redenção do personagem de Gibson, que em “Get The Gringo” luta para sobreviver e salvar uma mãe e filho do destino traçado por traficantes. O humor ácido está presente por meio de comentários sarcásticos e observações hilárias, dignas de quem deseja conquistar novamente a simpatia da sua audiência.
“Get The Gringo” é um filme de ação acima da média, um projeto que resgata tudo o que costumávamos a adorar em Gibson e esperamos encontrar em um filme de ação. Se o esforço resultará em redenção do público frente aos seus erros pessoais, apenas o tempo dirá.
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