Quem conhece Melanie Lynskey por conta de sua participação cômica – brilhantemente cômica, para registro – no universo sexista de Two and a Half Man, irá sem duvida se surpreender com sua vertente dramática em “Hello I Must Be Going”.
O filme do diretor Todd Louiso tem dividido a opinião do publico e agradado a crítica ao acompanhar a história da melancólica Amy Minsky, uma mulher devastada pelo término do seu casamento e abrigada temporariamente na casa de seus pais, enquanto reúne forças para se restabelecer novamente.
O calvário de Amy é sutilmente traduzido em inexatidões existenciais, sublimemente interpretado em Melanie Lynskey, que merecidamente integra agora, o grupo de atrizes que eu admiro e respeito. Muito.
Graças à insistência familiar, Amy é convencida a deixar o seu luto emocional e se relacionar com o universo ao seu redor, iniciando uma desventurada recuperação gradual de sua alegria ao conhecer Jeremy (interpretado por Christopher Abbott), um adolescente precoce e contraditório em relação a sua carreira profissional.
Enquanto Jeremy reluta em dar continuidade em sua carreira artística, Amy se esforça para reestabelecer o controle mínimo de sua rotina, quando inesperadamente os dois iniciam uma curiosa relação amorosa secreta. Repreendido pelos pais e socialmente mal interpretado como gay, Jeremy possui quase a metade da idade de Amy, mas revela-se uma peça fundamental na recuperação da nossa anti-heroína deprimida e desiludida.
Sem dúvida “Hello I Must Be Going” acerta ao retratar o recomeço emocional (no caso de Amy), e o despertar emocional (no caso de Jeremy), através de uma abordagem leve, realista e poética. Além de referenciar o mestre Groucho Marx utilizando um de seus atos musicais mais famosos como título. “Hello I Must Be Going” detém um primoroso casamento entre suas tomadas intencionalmente apáticas e sua trilha sonora sensível, que não deve ser ignorada.
Uma das mais agradáveis surpresas do último Festival de Sundance e uma pérola na carreira de Melanie Lynskey. Sem dúvida trata-se de um dos filmes “imperdíveis (e quase ignorados)” lançados em 2012.
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